80% dos infectados pelo novo coronavírus no Brasil conseguiram se recuperar da doença?

 80% dos infectados pelo novo coronavírus no Brasil conseguiram se recuperar da doença?

Empty beds in a hospital ward

Dados das secretárias de saúde espalhadas pelo país garantem que sim, porém, ainda há um alto índice de subnotificações a serem analisadas.

A taxa de recuperação da Covid-19 é bastante alta quando não está associada a alguma comorbidade como diabetes ou hipertensão. Apesar de ainda não existir um tratamento comprovadamente eficaz contra o novo coronavírus, a medicina e os protocolos de segurança avançaram em tratamentos precoces quando constatado por exames que alguém está infectado pelo novo vírus. No início da pandemia, as orientações eram de que caso algum sintoma suspeito aparecesse, as pessoas deveriam ficar em casa e se tratarem em seus domicílios. Somente em caso de agravamento do quadro sintomatológico é que se deveria buscar alguma unidade de saúde. Hoje, na iminência de qualquer suspeita, a orientação é de que procure-se uma Unidade Básica de Saúde mais próxima o quanto antes. Além disso, a taxa de testagens aumentaram e o uso dos corticoides surgiram como uma boa alternativa no tratamento contra a Covid-19.

            No entanto, com a flexibilização das medidas de isolamento, o retorno parcial de atividades esportivas e de entretenimento como os bares, academias, casas de shows, e ainda mais, as incessantes campanhas políticas em período eleições com visitas, passeatas e aglomerações, podem resultar numa alta nas taxas de infectados. Segundo dados do Ministério da Saúde o, Brasil alcançou uma taxa 86,4% de recuperados da Covid-19, os casos de hospitalizações e de pacientes em acompanhamento apresentaram estabilidade, com forte tendência de redução. Segundo dados da Agência Brasil    , do total de infectados desde o início da pandemia em todo o país, quase 4,5 milhões estão recuperados e outras 457 mil seguem em tratamento. A taxa de letalidade está em 3% e a mortalidade por 100 mil habitantes está em 71,7. A incidência de casos do novo coronavírus por 100 mil habitantes é de 2.428,5.

            Os dados oficiais podem até registrar uma alta significativa em relação aos recuperados da Covid-19, mas, esta realidade é contestável tendo em vista a proliferação do vírus em localidades distantes dos centros urbanos. Entre as comunidades indígenas, por exemplo, que segundo relatório da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), diante da subnotificação dos casos indígenas pelos dados oficiais (36.637 até o dia 16/10/2020) a associação vem realizando um levantamento independente dos casos. Os números são superiores aos notificados pela Sesai, que tem contabilizado somente casos em terras indígenas homologadas. A compilação de dados da Apib tem sido feita pelo Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena e pelas Organizações indígenas de base da APIB. Outras entidades de enfrentamento à Covid-19 organizadas no Brasil também têm colaborado com a iniciativa. Diferentes fontes de dados têm sido utilizadas nesse esforço, além da própria Sesai,o comitê tem analisado dados das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde e do Ministério Público Federal.

Situação epidemiológica da Covid-19 no Brasil 12/10/2020 – Divulgação/Ministério da Saúde. Fonte: Agência Brasil.

            Até o último domingo, dia 11 de outubro de 2020, o Piauí era o único estado brasileiro a apresentar alta no número de infectados, cerca de 32%. Ao todo contabiliza 105.156 casos confirmados e 2.269 óbitos por Covid-19, segundo a Sesapi. Em um panorâma geral, a taxa de ocupação nas UTIs é de 49,3% com 183 vagas disponíveis (50,7%), Já a taxa de ocupação nos leitos clínicos se mantém abaixo da média com 40,7% e 59,3% de disponibilidade. As altas méidcas somam ao todo,5.150. E de recuperados (inclui altas médicas e recuperados em casa) ao todo são 102.427.

Somente no mês passado, em setembro, por meio de relatório a Fiocruz informa que três em cada quatro mortos por Covid-19 no estado e no município do Rio de Janeiro são idosos, com idades acima dos 60 anos. O total geral de mortos da terceira idade – envolvendo todas as doenças, além da Covid-19 – aumentou muito desde o início da epidemia do novo coronavírus, tanto no estado quanto na capital fluminense. Na comparação com o mesmo período no triênio 2017-2019, nos meses de abril a junho de 2020 morreram 36% mais idosos no estado e 57% no município. Cresceu de forma preocupante o número de idosos que faleceu fora de hospitais, em sua residência ou em abrigos: 78% no município e 54% no estado. A hipertensão, tumores (câncer) e a diabetes foram as principais causas de morte em domicílio, em pessoas da terceira idade, no município do Rio.

            Portanto, apesar de existir um número alto de recuperados da Covid-19, é importante ressaltar que estes números indicam apenas uma estimativa percentual dos casos monitorados. Há ainda questões como taxas de reinfecção e, citado anteriormente, de subnotificação. Em reportagem, o portal G1 informou que a média móvel tem apresentado queda,foram registradas 734 mortes por Covid em 24 horas e o total de óbitos no país chegou a 152.513. Em 24 horas, 29.498 novos casos foram confirmados. São 5.170.996 pessoas infectadas desde o começo da pandemia. A média móvel de casos é de 20.208 novos casos por dia, nos últimos sete dias, redução de 25% em relação à média de 14 dias atrás. O país voltou à casa dos 20 mil novos casos por dia. A média móvel de mortes está em 497 por dia nos últimos sete dias, redução de 26% em relação à média de duas semanas atrás. A média se mantém abaixo de 500 e está em queda desde segunda-feira (12).

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