Vacinas contra covid-19 estão associadas a casos de síndrome de Guillain-Barré?
Quando se fala em vacinas contra a covid-19, a questão dos efeitos colaterais sempre vem à tona, e como a pandemia tem sido um dos principais alvos da desinformação, os imunizantes também não escapam. Diariamente, nos deparamos com diversos conteúdos, muitos deles são mentira, e outros, por mais que possam fazer referência a uma fonte confiável, são tendenciosos.
No dia 13 de julho o site Contra Fatos publicou um material com o seguinte título: “AstraZeneca e Janssen estão trabalhando em ‘modificações’ para eliminar efeitos colaterais potencialmente mortais”.
O texto afirma que as vacinas podem estar associadas a efeitos colaterais raros, como a síndrome de Guillain-Barré, e destaca que “a mídia não tem dedicado muita atenção à cobertura desses defeitos”.
O conteúdo publicado pelo site, em si, é verdadeiro, mas a maneira como o texto é escrito serve mais para confundir a população do quê esclarecer de fato a questão. Os casos da síndrome rara associada às vacinas foram registrados em alguns países incluindo o Brasil, onde a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Avisa) já acompanha a situação.
Nesta quarta-feira, 28 de julho, a Anvisa divulgou comunicado oficial revelando que casos raros de síndrome de Guillain-Barré (SGB) após a vacinação têm sido relatados em diversos países. A Anvisa afirma que até o momento recebeu 34 notificações de casos suspeitos.
“A Anvisa informa que, até o momento, recebeu 27 notificações de casos suspeitos de SGB após a imunização com a vacina da AstraZeneca, além de três casos com a vacina da Janssen e outros quatro com a CoronaVac, totalizando 34 registros”, diz trecho da nota.
Evento raro
O órgão explica, no entanto, que o evento é raro, e que já houve casos relacionados a outras vacinas, como a da gripe. Ainda conforme a Anvisa, a maioria das pessoas se recupera totalmente da síndrome de Guillain-Barré. “Os episódios pós-vacinação (eventos adversos) também são raros, mas já conhecidos e relacionados a outras vacinas, como a da influenza (gripe). A maioria das pessoas se recupera totalmente do distúrbio. O principal risco provocado pela síndrome é quando ocorre o acometimento dos músculos respiratórios. Nesse último caso, a SGB pode levar à morte, caso não sejam adotadas as medidas adequadas”, consta no comunicado.
A Anvisa ressaltou ainda que mantém a recomendação pela continuidade da vacinação, uma vez que os benefícios dos imunizantes superam seus riscos. “É importante destacar que a Anvisa mantém a recomendação pela continuidade da vacinação com todas as vacinas contra Covid-19 aprovadas pela Agência, dentro das indicações descritas em bula, uma vez que, até o momento, os benefícios das vacinas superam os riscos”, pontua a nota.
Clique AQUI e leia na íntegra o comunicado oficial da Anvisa.
*O material aqui verificado pelo Nujoc Checagem foi encaminhado à nossa equipe por meio do aplicativo Eu Fiscalizo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que está disponível para Android e IOS.