Proxalutamida: Medicamento causou mortes em pacientes com covid-19?
Por Francine Dutra
Uma polêmica enviada ao Nujoc Checagem, tem ganhado repercussão nas redes sociais ao acusar pesquisadores de serem responsáveis pelas mortes de pacientes com covid-19 após o uso do medicamento chamado proxalutmida.
A substância, outro remédio sem eficácia comprovada por estudos e exaltado pelo presidente Jair Bolsonaro, é um bloqueador de andrógenos (hormônios masculinos como testosterona) ainda sob testes e apontado como droga experimental contra o câncer de próstata.
O remédio ganhou holofotes após a divulgação de um estudo entre março e junho, ao apresentar uma taxa de mortalidade 77% menor após o uso do medicamento ao longo de 28 dias. Porém, os pesquisadores afirmaram que mais de 47% dos pacientes com covid-19 que tomaram placebo durante o estudo morreram, contra menos de 5% dos que tomaram proxalutamida.
Com a polêmica de fraude sobre os estudos, diversos órgãos questionaram o estudo, levantando uma investigação para averiguar se o medicamento foi o responsável pelas mortes.
A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) relatou várias irregularidades em estudo feito com o uso da proxalutamida contra a Covid-19, mas ainda não foi confirmado que o medicamento foi o responsável pelas mortes.
Um dos principais questionamento foi sobre a alta taxa de mortalidade no grupo que tomou placebo, ou seja, que não fez uso da proxalutamida.
Por conta disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária cancelou as pesquisas com base no medicamento. A medida foi adotada com base no princípio da precaução e sustentadas no interesse público, evidenciada a necessidade de elucidação do caso, e está sendo mantida até que sobrevenham novas informações que permitam uma deliberação definitiva pela Agência, a partir do aprofundamento das investigações em andamento.