Presidente do CFM contraria OMS e insiste em defender tratamento precoce
Por Thaís Guimarães
Recentemente o site Contra Fatos publicou matéria acerca de declarações do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, em defesa do tratamento precoce para covid-19 com medicamentos como cloroquina e hidroxicloroquina. O médico fez as afirmações em entrevista ao Estadão, no início de outubro.
Entre outras coisas, Mauro Ribeiro disse que “politizaram” a questão do tratamento precoce, e assegurou que não se incomoda com o fato de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter emitido recomendação contra o uso de cloroquina/hidroxicloroquina.
“Não dá para dizer que as drogas são ineficazes; a ciência ainda vai dar essa resposta de forma definitiva. É um excesso de retórica que não tem correspondência na realidade. Estamos falando de drogas seguras, usadas há 40, 60, 70 anos”, declarou o presidente do CFM ao Estadão.
O posicionamento do presidente do CFM, como evidenciado em sua própria fala, vai de encontro às recomendações dos mais diversos órgãos de saúde espalhados pelo mundo, incluindo a OMS. “Um painel de especialistas internacionais da organização mundial da saúde (OMS) afirmou que o medicamento anti-inflamatório hidroxicloroquina não deve ser usado para prevenir a infecção de covid-19”, diz o parecer da OMS sobre o tema.
Vale ressaltar que Mauro Ribeiro entrou no rol dos investigados na CPI da Covid e foi acusado do crime de acusado do crime de epidemia com resultado de morte, por ter parecer favorável à prescrição de hidroxicloroquina.
Além disso, o presidente do CFM se tornou alvo do Ministério Público Federal (MPF), sob suspeita de esconder informações sobre a ineficácia do uso de hidroxicloroquina e cloroquina por via inalatória, segundo reportagem publicada pelo Intercept.
*O material aqui verificado pelo Nujoc Checagem foi encaminhado à nossa equipe por meio do aplicativo Eu Fiscalizo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que está disponível para Android e IOS.