Universidade dos EUA realiza testes com a ivermectina?
Por Edison Mineiro
Recebemos para verificação o post do influencer Breno Fonseca no instagram que mostra uma publicação do Jornal O Globo: “Ivermectina: Universidade Duke, nos EUA, começa a testar o remédio em pacientes com Covid-19”. Na publicação, o influencer ainda comenta: “Será que o jornal O GLOBO vai pedir desculpas ao Presidente por ter chamado ele de negacionista? ”
Através de consulta da matéria veiculada, a informação da realização dos testes pela universidade estadunidense é verdadeira. Entretanto, na própria notícia é destacado que a Food and Drug Administration (FDA), órgão equivalente à Anvisa no Brasil, não recomenda o tratamento e tampouco aprovou o uso da ivermectina em relação à Covid-19.
Nesse sentido, o estudo pretende usar outros medicamentos além da ivermectina, a fluticasona – um medicamento normalmente utilizado para prevenir e tratar a asma -, e a fluvoxamina – um inibidor seletivo de receptação de serotonina, usado para tratamento de depressão.
A intenção dos pesquisadores é testar doses mais altas do remédio: um grupo de participantes receberá 400?g (microgramas) diários, por quilo de massa corporal, durante 3 dias. Já um segundo grupo receberá 600?g diários por quilo de massa corporal por 6 dias.
A segunda dosagem, de 600?g, é cerca de três vezes maior do que a que normalmente é dada para tratar parasitas para os quais o remédio é indicado, explica ao G1 o infectologista Alexandre Zavascki, professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nesse caso, há uma preocupação com a segurança da dosagem.
Não existe tratamento precoce contra a Covid-19 – Ivermectina e cloroquina estão entre as drogas comprovadamente ineficazes contra a COVID-19. A Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS pede uso responsável de antimicrobianos para evitar uma maior propagação da resistência.
Ao final de fevereiro, uma pesquisa publicada na revista “Jama Internal Medicine” constatou que a ivermectina não foi eficaz em tratar a Covid-19 leve ou moderada em pacientes com comorbidades, todos internados para o tratamento.
Vários estudos feitos ao longo da pandemia já apontavam que o remédio, usado para tratar vermes e parasitas, não funcionava contra a Covid-19.