Matéria distorce fatos e afirma que mortes em experimento com cloroquina foi proposital
Este artigo do site Estudos Nacionais alerta sobre um estudo da Fiocruz para testar os efeitos da cloroquina em pacientes graves da Covid-19, no qual 11 pessoas morreram.
O texto defende a ideia de que o teste com altas doses de cloroquina foi proposital para desacreditar esse medicamento. Por mais que o artigo cite um fato verídico (a morte de 11 pessoas na pesquisa), o enfoque de que as mortes foram propositais é falso.
Conforme a matéria, “Praticamente qualquer remédio pode matar alguém quando administrado em dose não recomendada. Mas alguns médicos fingiram não saber dessa regra elementar da medicina com claro objetivo de desacreditar o medicamento.”
De acordo com a Fiocruz, o objetivo da pesquisa, intitulada “CloroCovid – 19”, era testar a efetividade da cloroquina em pacientes graves de Covid-19 que sofriam de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
A nota oficial da Fiocruz informa que doses mais altas de cloroquina são o padrão no tratamento da doença na China, e que este poderia inibir a Covid-19.
“Os responsáveis pelo estudo também levaram em consideração outras questões, como a de que doses mais altas têm comprovadamente maior atividade antiviral em laboratório e, assim, podem inibir o novo coronavírus. […] As primeiras conclusões do estudo apontaram que pacientes graves com Covid-19 não devem usar a mesma dose usada no tratamento na China.
Até o momento, nenhum outro estudo no mundo apresentou evidências sobre esse tipo de uso, pois não haviam sido realizadas adequadamente avaliações de segurança, como eletrocardiogramas diários, o que foi feito em Manaus, sob assessoria de cardiologistas experientes.”
O Nujoc Checagem já verificou outras informações falsas sobre o uso da cloroquina no tratamento da Covid – 19 em matérias anteriores, como o uso da cloroquina em casos leves da Covid – 19.
Esta checagem foi realizada com base em uma denúncia recebida pelo aplicativo @eufiscalizo, uma iniciativa da Fiocruz no combate à desinfopandemia.