Não existe comprovação de que a maioria das pessoas é imune ao vírus da Covid-19
Até o momento, não existem estudos conclusivos a respeito de uma imunidade natural de parte da população e sobre qual seria a porcentagem de pessoas
O site Frontliner não é o único a replicar a publicação que afirma que “a maioria das pessoas é imune ao vírus da Covid”, recebida pelo aplicativo Eu Fiscalizo da Fiocruz, parceiro do Nujoc Checagem na coleta de denúncias sobre possíveis fake news disseminadas nas redes sociais. O material é uma versão traduzida de uma entrevista originalmente publicada no site britânico UnHerd.
A afirmação de que a maioria das pessoas é imune ao coronavírus, atribuída ao neurocientista britânico Karl Friston, é precipitada. Os estudos desenvolvidos até o momento ainda não permitem uma afirmação dessa natureza, com absoluta precisão. O que existem são projeções feitas por estudiosos, como Friston, projeções estas que acabam por serem prejudicadas por uma série de fatores, como é o caso da baixa testagem da população em vários países, a exemplo do Brasil.
Além disso, essa ideia contraria o que tem sido defendido por órgãos e profissionais de saúde, que defendem que enquanto não houver uma vacina eficaz a população permanece vulnerável ao coronavírus.
Segundo entrevista publicada no jornal The Guardian em maio, Friston acredita que, ao contrário das estimativas com as quais os órgãos públicos têm trabalhado, o número de pessoas suscetíveis à contaminação pelo coronavírus seria menor que a totalidade da população. Isso significa que uma das hipóteses para explicar esse fato seria que uma porcentagem da população poderia ser naturalmente resistente ao vírus, hipótese que Friston também comenta em entrevista ao site UnHerd.