A OMS detectou um novo vírus com potencial pandêmico no Brasil?
A virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do IOC, referência para vírus respiratórios no Brasil, afirma que o novo achado não é motivo de preocupação.
Uma informação publicada no Catraca Livre, afirma que um novo vírus com potencial pandêmico é detectado no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A matéria relata que “a OMS anunciou nesta sexta-feira, 10 de julho, que foi detectado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na cidade de Ibiporã, no Paraná, uma mutação do vírus influenza A H1N2, com potencial pandêmico”.
Apesar do título apelativo as informações contidas na matéria procedem. Os Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificaram uma nova variante do vírus influenza, causador da gripe, em uma paciente da cidade de Ibiporã, no Paraná. De acordo com o instituto, as análises apontaram a presença do vírus influenza A(H1N2)v, que provoca infecção em porcos.
Seguindo o Regulamento Sanitário Internacional (RSI), o caso foi informado ao Ministério da Saúde, que notificou a OMS, pois, segundo o RSI todas as infecções humanas causadas por um novo subtipo de influenza são notificáveis e os “Estados Partes do RSI (2005)” devem comunicar a OMS, devido ao grande potencial do vírus para causar uma pandemia.
De acordo com a OMS, até o momento, 26 casos de influenza A (H1N2)v foram relatados a entidade, incluindo dois do Brasil e que a maioria dos casos apresentou doença leve e não houve evidência de transmissão de pessoa para pessoa.
A pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz, Paola Cristina, relata que o vírus identificado no Paraná é caracterizado como uma nova variante porque apresenta configurações genéticas diferentes de outros vírus influenza A (H1N2), incluindo a cepa detectada no Brasil em 2016.
“Realizando o sequenciamento genômico, observamos que os segmentos H e N da nova variante viral estavam associadas a vírus que circularam anteriormente em humanos e suínos. Além disso, detectamos genes internos associados ao vírus influenza A (H1N1), que circulam desde 2009”, explica a pesquisadora Paola Cristina.
Uma vez que os vírus influenza ocorrem em diversas espécies de animais, o surgimento de novas variantes pode ocorrer tanto por mutações do genoma viral quanto pela recombinação entre microrganismos de diferentes espécies. Mais informações sobre o assunto você pode conferir aqui, no site do IOC.
“Os vírus da gripe suína circulam nas populações suínas em muitas regiões do mundo. Dependendo da localização geográfica, as características genéticas desses vírus diferem. A maioria dos casos humanos é resultado da exposição a vírus da gripe suína através do contato com suínos infectados ou ambientes contaminados. Como esses vírus continuam a ser detectados nas populações suínas em todo o mundo, podem ser esperados outros casos em humanos”, segundo relatado pela OMS.
Foto: Reprodução/RPC
A OMS recomenda que as medidas gerais de higiene, como lavar as mãos regularmente antes e depois de tocar nos animais e evitar o contato com animais doentes, devem ser respeitadas. “A OMS não recomenda medidas diferentes específicas para os viajantes. A OMS não aconselha a triagem especial nos pontos de entrada em relação a este evento, nem recomenda que quaisquer restrições de viagem ou comércio sejam aplicadas”, reforça.
Acesse aqui para saber mais sobre a variante do vírus influenza no Brasil.