OMS defendeu realização de megafesta em Wuhan?
Essa informação é falsa, pois em momento algum a Organização Mundial da Saúde mostrou-se favorável a este tipo de evento.
Com mais de cinco meses em quarentena e com as fases de reabertura acontecendo em todo Brasil, uma cena muito comum de ser observada mesmo com as medidas de distanciamento social, são as aglomerações. Ainda estamos no meio de uma pandemia, porém, o que parece é que o vírus foi saindo da caixa do desconhecido e do medo, para ocupar em algumas situações, o status de normalidade na vida de muitos brasileiros e brasileiras. Aquilo que as autoridades vêm chamando de “novo normal”. São inúmeras pessoas mascaradas em filas, pontos de ônibus, supermercados, em calçadas, parques e até em festas.
Entretanto, vale ressaltar que, apesar da diminuição do número de óbitos em alguns estados, o vírus ainda circula por aí fazendo vítimas todos os dias e que sequer são notificadas nos boletins epidemiológicos oficiais. O Brasil ainda realiza poucas testagens em relação a outros países e a subnotificação ainda é muito grande. O vírus ainda é mortal e está entre nós.
Mesmo dando seguimento às rotinas do dia a dia, as autoridades recomendam evitar sair de casa de forma desnecessária e usar máscaras o todo tempo enquanto estiver fora. É assim que vem acontecendo mesmo em países cuja a pandemia mostra ter sinais de estar controlada, como em Wuhan, na China, primeiro epicentro da pandemia no mundo.
Uma foto retirada no parque aquático Wuhan Happy Valley (China) gerou polêmica nas redes ao mostrar uma festa onde inúmeras pessoas estão aglomeradas e sem máscaras em piscinas ao som de música eletrônica. Diversas pessoas condenaram a atitude visto que a pandemia ainda é bastante severa em diversas partes do mundo, no entanto, este cenário tem sido observado em vários lugares.
A OMS rapidamente foi condenada por internautas devido uma fala da epidemiologista Maria van Kerkhove, do Programa de Emergência Em Saúde por ter dito que “ não podemos culpar as pessoas por quererem viver suas vidas, todos nós queremos viver nossas vidas, todos queremos voltar ao que era ‘normal’. Acho que só precisamos ter certeza que a informação que está chegando, principalmente às crianças e aos jovens, é que eles não são invencíveis”.
Diversas publicações foram feitas em tom acusatório à OMS, afirmando que a Organização apoiava esse tipo atitude. Porém, na quarta-feira, dia 19 de agosto, a OMS se posicionou e ressaltou que em nenhum momento defendeu a realização de festividades em Wuhan. As medidas e recomendações de isolamento e distanciamento continuam as mesmas, principalmente agora que o vírus começou a dar sinais de uma menor circulação entre as pessoas. Conservar medidas é o que poderá evitar que uma segunda onda de contágio em massa aconteça. Na referida cidade de Wuhan, por exemplo, os casos diários não passam de umas poucas dezenas. A cidade testou cerca de 9,9 milhões de pessoas.
Devemos manter o foco na seguinte questão: Ainda não erradicamos o vírus. Enquanto ele circular entre nós, sempre haverá a possibilidade de infecções acontecerem. Para evitar, o protocolo ainda segue o mesmo, é necessário que nossos cuidados diários se mantenham constantes e de acordo com as recomendações sanitárias, que correspondem a higiene constante das mãos, uso de máscaras e evitar aglomerações, sobretudo aqui no Brasil, onde as medidas de isolamento não atingiram o patamar desejado, e a quantidade de testes ainda é insuficiente.
Aglomerar-se de maneira descuidada mesmo em locais com baixos índices de transmissibilidade, também configura um perigo, principalmente para os idosos e pessoas do grupo de risco que necessitam de cuidados especiais e redobrados. Portanto, por mais que não seja culpa de ninguém que a festa citada na China tenha gerado tamanha aglutinação de pessoas, é responsabilidade individual de cada um manter as medidas de higiene e distanciamento até que a batalha contra o novo coronavírus seja vencida, e só ai, poderemos todos e todas nos aglomerar sem medo.