É realmente seguro o retorno das escolas no Brasil?
A decisão da reabertura escolar ficou na responsabilidade de cada estado
Um vídeo publicado pelo deputado federal Osmar Terra sobre o retorno das atividades escolares presenciais para causou polêmica nas redes sociais no último dia 8. A gravação mostra a médica Mayra Pinheiro, do Ministério da Saúde, falando sobre os principais pontos para uma retomada das aulas de crianças e adolescentes e ressaltando que o grupo representa apenas 2% dos casos de covid-19 no mundo.
Inicialmente é comparado o retorno escolar que ocorreu em outros países como Uruguai, que até o dia 17/10 teve o total de 2.552 casos de covi-19 e com a Dinamarca que contabiliza 35.937 casos, diante do Brasil que ultrapassa a marca de 5 milhões de infectados, como mostra os dados mundiais.
De acordo com o que foi passado por Mayra em vídeo “As crianças representam 24% da população mundial, mas somente 2% dos casos de covid-19, apesar da adesão às medidas de proteção, como o uso de máscara, passar álcool em gel na mão”. Em outro trecho, a Mayra Pinheiro cita que entre 90 e 99% das crianças que são infectadas são assintomáticas ou oligossintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas ou apresentam poucos sintomas que podem até passar despercebidos.
Porém diariamente as consequências da covid-19 vem aumentando até mesmo em crianças que representam um pequena parcela dos infectados sintomáticos, leves ou graves. A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) nos traz mais uma preocupação no retorno das aulas presenciais.
O portal de notícias G1 publicou matéria falando sobre o assunto, nela a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde(CIEVS), Amélia Costa explica: “Muitas crianças após ter a Covid-19 vieram a apresentar outros problemas, como cardíacos, respiratórios, renais, hematológicos, entre outros. Cerca de 80% apresentaram problemas cardiovasculares, por exemplo”, para complementar essas informações, o Nujoc Checagem também fez uma matéria explicando o assunto e os riscos.
Esse fator contribui para que a criança, mesmo tento taxa de transmissão menor, passe o vírus para outras pessoas ao seu redor, logo não tem como saber quando a maioria das crianças estão contaminadas, trazendo risco para as pessoas ao seu redor.
De acordo com uma matéria publicada pela BBC “A situação mais preocupante era a de professores e funcionários. Eles correspondem a apenas 10% da população escolar, mas responderam por 56% dos casos de covid-19 registrados em escolas.” Desse modo devemos observar o que envolve no funcionamento de uma escola infantil, onde além dos alunos existe o quadro de funcionários, os dados são diferentes comparado a crianças e adolescentes, a covid-19 como foi afirmado em vídeo pela médica ataca mais a população adulta e neles existem também os grupos de riscos, que acarretaria em desfalque no grupo de colaboradores de cada escola, logo pessoas que fazem parte do grupo de risco devem continuar em quarentena ou caso tivessem que retornar às escolas, o risco se tornaria maior.
A matéria publicada pela BBC traz dados de surtos que ocorreram em outros países com a volta às aulas “Um dos maiores surtos de coronavírus na Nova Zelândia aconteceu em março em uma escola marista de Auckland, com 96 casos relacionados” e continua “no Estado americano da Geórgia, 260 funcionários da rede de escolas do condado de Gwinnett testaram positivo para covid-19 ou entraram em quarentena por ter contato confirmado com infectados”
Observando também os dados sociais abordados por Mayra Pinheiro, de acordo com a UNESCO o fechamento das escolas trazem sim um aumento dentre os diversos problemas enfrentados principalmente pela população mais vulnerável “O fechamento das escolas acarreta altos custos sociais e econômicos para as pessoas nas diferentes comunidades. Seu impacto, porém, é particularmente grave para os meninos e as meninas mais vulneráveis e marginalizados, assim como para suas famílias. As perturbações resultantes daí exacerbam as disparidades já existentes nos sistemas educacionais, mas também em outros aspectos de suas vidas”.
Dentre eles, está a aprendizagem interrompida, má nutrição, pais despreparados para a educação a distância em casa (quando pelo menos existe a possibilidade do ensino remoto), aumento das taxas de abandono escolar, maior exposição à violência e à exploração, lacunas no cuidado às crianças, dentre outros. Em matéria publicada pela UOL, temos a informação de que no Brasil 11 estados já reabriram ou estão com datas prevista para retorno, a decisão da reabertura escolar ficou na responsabilidade de cada estado, porém em alguns estados está havendo intervenção judiciária sobre o assunto.
O nujoc checagem também verificou outras informações sobre o retorno das escolas, para verificar toda informação clique aqui.