Deputada se equivoca ao defender que lockdown é falho
O Brasil já autorizou a abertura da maior parte das atividades econômicas e eventos, e o número de infectados pelo novo coroanvírus chega a quase 5,5 milhões de pessoas. No entanto, já passado o período de lockdown e fechamento de empresas e comércio, ainda há críticas a medidas de isolamento.
É o caso deste post que recebemos do Eu Fiscalizo, que qualifica o lockdown como experiência fracassada. A postagem é da deputada federal Bia Kicis, do Distrito Federal, e faz referência a um artigo de opinião do Wall Street Journal.
O artigo é de autoria de Donald Luskin, um investidor e colunista americano, identificado com ideias libertárias. De acordo com um levantamento estatístico, realizado por um de suas companhias a partir de dados de localização de celulares, o investidor explica que suspender o isolamento não provocará uma segunda onda de infecções e, por isso, seria desnecessário.
No entanto, Luskin apenas apresenta a maneira como realizou o estudo, e não vai além de explicar que o custo do isolamento é um “sacrifício pessoal que está provocando brigas domésticas” e causando danos à economia. Logo, o “fracasso” do lockdown defendido pelo autor se embasa em seus próprios interesses, e não em estudos ou dados.
Na verdade, as medidas de lockdown e de isolamento tomadas em cenários de pandemia reduzem a transmissividade das doenças. De acordo com um estudo do Imperial College de Londres publicado no final de março de 2020, o isolamento pode reduzir em até 12 vezes o numero de infectados, e em até 20 vezes o número de mortes.
O estudo previa, para as Américas, um total de quase 250 mil mortes pela Covid-19 caso fossem adotadas medidas de isolamento mais restritivas. No entanto, o número atual ultrapassa as 630 mil vítimas em todo o continente. Vale ressaltar que os números do estudo são uma previsão, mas que permitem antecipar cenários futuros a partir da estatística de mortes a cada 100 mil habitantes.