Áudio e imagem de suposta queimadura nas mãos devido ao uso de álcool em gel são falsos

Circula nas redes sociais um áudio acompanhado de imagem com orientações sobre o uso de álcool em gel (veja abaixo), já que supostamente teria causado queimadura em uma pessoa que usou o fogão após aplicação da substância nas mãos.

Falso: imagem não é de queimadura causada por uso de álcool em gel – Foto: Reprodução

O áudio que acompanha a imagem fala apenas que a pessoa foi atendida “em uma unidade de saúde”, mas não especifica o local exato ou cidade e nem associa o fato diretamente ao COVID-19. Isso torna a notícia mais fácil de ser replicada, já que pode ser compartilhada em qualquer cidade do país, especialmente em tempos de pandemia do coronavírus, onde o uso do álcool em gel cresceu substancialmente.

Checamos o material, através de uma busca reversa da imagem no site Google Imagens. A imagem já foi divulgada anteriormente, no final de março, atribuindo o atendimento da suposta vítima ao Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) em Ananindeua, no Pará. O hospital negou a veracidade dessa informação:

Hospital no Pará nega atendimento de pessoa com queimadura causada por álcool em gel – Foto: Reprodução

Há registros, inclusive, do compartilhamento de mensagem semelhante no Paquistão (aqui) e outros países, associando a queimadura ao uso de álcool em gel como medida de prevenção ao coronavírus.

Em contato com o Nujoc Checagem, o professor de química Renan Santos explica que o álcool gel, por se tratar de um álcool, também é inflamável. Ele só não queima nem se espalha tão rápido como o álcool líquido.

Além disso, o autor do áudio fala também que “o álcool em gel forma uma camada em cima da pele que a gente acha que ele está seco, mas fica uma camada ali, como se fosse uma luva em cima da pele”. Sobre isso, o professor Renan Santos explica que o álcool é volátil, ou seja, tem a capacidade de evaporação.

“O álcool em gel demora a se dissipar nas mãos devido a sua consistência. Recomenda-se que, após a aplicação, a pessoa espere secar completamente, e aguarde um tempo de 15 a 20 minutos, para que seja mais seguro fazer atividades que envolvam qualquer fonte de calor”.

Por fim, Renan recomenda: “água e sabão é o mais recomendado para a higienização das mãos, deixa o álcool em gel para quando não tiver água e sabão”.

Equipe NUJOC

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