Casos de covid-19 dobraram no país mais vacinado do mundo?
Uma notícia publicada no site Gazeta Brasil e compartilhada nas redes sociais no dia 12 de maio afirma que a República das Ilhas Seychelles, um dos países com o maior número de vacinados, teria registrado aumento nos casos confirmados da doença.
“Seychelles, que vacinou mais de sua população contra a Covid-19 do que qualquer outro país, viu os casos ativos mais do que dobrarem na semana até 7 de maio, levantando preocupações de que a inoculação não está ajudando a virar a maré em alguns lugares. As infecções levantam questões sobre a eficácia das vacinas”, diz um trecho da publicação feita nas redes sociais da Gazeta Brasil.
A informação é verdadeira. Segundo uma reportagem especial da BBC, durante o mês de abril deste ano, o número médio de novas infecções permaneceu estável, em torno de 50 por dia. Já em meados de maio, a média móvel de sete dias subiu para 400 novos casos por dia.
E a eficácia das vacinas?
De acordo com a reportagem, até então, as vacinas aplicadas no país foram a chinesa Sinopharm e a de Oxford (AstraZeneca), sob o nome Covishield.
Dados da OMS apontam que a Sinopharm da China possui eficácia de 79% contra infecções sintomáticas e é muito eficaz na prevenção de quadros graves e internações. Contudo, a BBC relatou que há uma certa escassez de informações em todo o mundo sobre o imunizante da China. Além disso, a reportagem diz que estudos recentes demonstram uma redução na eficácia da AstraZeneca contra a variante sul-africana que já circulava nas Seychelles.
Suspensão das restrições
Ainda conforme a BBC, o comissário de Saúde das Seychelles, Jude Gedeon, afirmou que o aumento de casos pode ser resultado da flexibilização das medidas restritivas no país. Em março deste ano foi autorizada a reabertura de restaurantes e a retomada das aulas presenciais nas escolas. Diante do abrupto aumento de infecções, o governo voltou a decretar restrições.
Diante disso, o aumento nos casos confirmados nas Ilhas Seychelles, segundo as fontes aqui mencionadas, pode estar relacionada com a nova variante sul-africana e com a flexibilização das medidas restritivas, no entanto, esse acontecimento não põe em dúvida a eficácia das vacinas, uma vez que elas já vêm apresentando resultados positivos e mesmo nesse caso das Seychelles, a maioria dessas novas infecções não evoluíram para quadros graves.