Covid-19: não há evidência de que Ivermectina elimine 97% dos vírus dentro de células em 48 horas

 Covid-19: não há evidência de que Ivermectina elimine 97% dos vírus dentro de células em 48 horas

Não há evidências de que a Ivermectina, um remédio usado contra vermes e parasitas (como o piolho), tenha efeito curativo no tratamento de seres humanos com Covid-19, ao contrário do que aponta um vídeo publicado no site Dia a Dia em 23 de junho de 2020, com o título “‘Ivermectina elimina 97% dos vírus dentro de células em 48h'”, diz infectologista potiguar Fernando Suassuna.

Portanto, o material checado é falso. No vídeo, o infectologista Fernando Suassuna, do Rio Grande do Norte, afirma que a ivermectina funciona apenas na fase inicial da Covid-19, o que também carece de estudos, já que não há testes realizados em humanos. Aliás, esta é a indicação que tem sido feita pelos defensores do uso da hidroxicloroquina no tratamento da doença.

Indicações' de remédios contra Covid viralizam e preocupam médicos ...
Foto: site Hoje em Dia

No vídeo, ele menciona o “protocolo de Natal” e diz ainda que o remédio é indicado para trabalhadores dos chamados serviços essenciais, como profissionais de saúde e imprensa, e para as pessoas do grupo de risco. A ivermectina foi adotada como medida profilática para profissionais de saúde pelo município de Natal (RN) em junho, segundo aponta reportagem do G1 RN.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselha o uso deste medicamento até que sejam realizados testes em humanos. Do mesmo modo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também não recomenda o uso do medicamento contra a Covid-19. Em nota, o órgão afirmou que “é preciso deixar claro que não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento da Covid-19, bem como não existem estudos que refutem esse uso. Até o momento, não existem medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da Covid-19 no Brasil. Nesse sentido, as indicações aprovadas para a ivermectina são aquelas constantes da bula do medicamento”.

Em entrevista ao site Veja Saúde, o infectologista Alexandre Cunha, do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília (DF), afirmou que não há, até o momento, “trabalhos sérios em humanos mostrando benefícios da ivermectina para combater o coronavírus”.

Em abril, o Nujoc Checagem tratou desse assunto em uma verificação sobre os efeitos da Ivermectina em um estudo realizado por pesquisadores da Monash University, em Melbourne, na Austrália. Na ocasião, o estudo se mostrou promissor quando realizado em uma cultura de células, mas não havia sido testado em humanos. Segundo estudos posteriores, doses maiores seriam necessárias para evitar a replicação do vírus, mas o efeito da alta dosagem em humanos mostrou-se prejudicial, especialmente para o sistema nervoso.

Saiba mais sobre a ivermectina aqui.

Equipe NUJOC

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