É verdade que inscrição de voluntários para testes de vacina contra coronavírus já teve início no Brasil
Uma postagem de Carmelo Neto, conselheiro nacional de Juventude do governo Bolsonaro, publicada em 13 de julho, afirma: “hoje começa a inscrição dos voluntários para o teste da vacina chinesa de João Doria. Tem algum voluntário aí?”. A publicação foi enviada para o aplicativo Eu Fiscalizo, parceiro do Nujoc Checagem na verificação de mensagens publicadas nas redes sociais.
De fato, o Instituto Butantan anunciou o início do processo de inscrição de candidatos à participação no teste da vacina, anunciada no dia 11 de junho pelo governador João Doria. Segundo informa esta reportagem do jornal O Globo, serão selecionados 9 mil profissionais de saúde dos estados de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. A inscrição deve ser feita de forma virtual em uma plataforma de triagem.
No dia 11 de junho, o governador de São Paulo João Doria anunciou que o Instituto Butantan iniciaria a produção de uma vacina em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Na ocasião, ele afirmou que “o Instituto Butantan fechou acordo de tecnologia com a gigante farmacêutica Sinovac Biotech para a produção da vacina contra o coronavírus. Eu ontem fui ao Instituto Butantan pessoalmente e ao lado do dr. Dimas Covas assinei o contrato, formalizando o acordo”. Veja o pronunciamento completo no vídeo abaixo:
“A vacina do Instituto Butantan é das mais avançadas contra o coronavírus e os estudos indicam que ela estará disponível no primeiro semestre de 2021, ou seja, até junho do próximo ano”, completou Doria. A vacina, chamada coronavac, já foi testada em mil chineses, nas fases 1 e 2 do estudo. Segundo Doria, o acordo prevê a participação de São Paulo na realização de testes clínicos, com a participação de 9.000 voluntários a partir deste mês de julho, na fase 3 do estudo. Se os testes realizados obtiverem resultado positivo, apontando a eficácia da vacina, o Instituto Butantan “terá o domínio da tecnologia e a vacina poderá ser produzida em larga escala no Brasil pelo próprio Butantã”.
Entretanto, em entrevista concedida dias depois do anúncio feito pelo governador de São Paulo, Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que a produção em larga escala no Brasil ainda não está prevista no contrato feito entre as duas instituições e deve receber aditivos à medida que os estudos avancem.