Entenda: Brasil dispara no ranking das vacinas e passa Portugal, Dinamarca, Suíça
Dados distorcidos que foram compartilhados nas redes sociais causam polêmicas entre usuários.
Uma publicação enviada pelo aplicativo Eu Fiscalizo causou muita polêmica nas redes sociais. No post compartilhado pela Deputada Federal do Paraná, Major Fabiana, no dia 25 de janeiro, a parlamentar afirma que o Brasil disparou no ranking das vacinas, ultrapassando os países como Portugal, Dinamarca e Suíça.
“Desde o início da vacinação no Brasil, dia 17, o país já vacinou mais que países como Portugal, que começaram em 28 de dezembro, e imunizou só 212 mil pessoas até sexta, segundo o Our World in Data, muito menos que o Brasil. Na Suíça, a vacinação começou antes do Natal, em 23 de dezembro, mas só conseguiu alcançar 169 mil dos seus 8,5 milhões de habitantes. A Dinamarca, iniciou no dia 27 do mês passado e imunizou só 189 mil em 5,8 milhões de habitantes, enquanto o Brasil já se aproxima de um milhão”, diz a publicação.
A velocidade da vacinação contra a covid-19 no Brasil está bem longe de ser a ideal. Ainda que o governo federal use o número absoluto para dizer que somos os sétimos no mundo em aplicação de doses, a análise dos gráficos de monitoramento mundial mostra que deixamos a desejar em todos os índices que levam em conta o percentual da população imunizada.
Segundo o site Our World in Data, coordenado por pesquisadores da Universidade de Oxford, o Brasil fechou a primeira semana de fevereiro imunizando em média 0,09% de sua população contra a covid-19, percentual que põe o país em 49º na lista que mede a velocidade das aplicações. O pequeno território europeu de Gibraltar, com pouco mais de 33 mil habitantes, imuniza 2,29% ao dia.
Do início da campanha nacional, em 17 de janeiro, até o início do segundo mês do ano, apenas 1,54% dos brasileiros tomou a primeira dose da vacina, de acordo com o site de monitoramento mundial da Bloomberg, o que coloca o país na 45ª posição entre todos os países. Competição vencida com facilidade por Israel, que imunizou quase 60% de seus habitantes até o início de fevereiro.
Se for levada em conta somente a aplicação das segundas doses, que na maior parte das marcas é essencial à imunização – é o caso, por exemplos da CoronaVac e da vacina de Oxford, as duas únicas autorizadas para uso no Brasil -, nosso problema se torna ainda maior.
Segundo os dados do período, com pouco mais de 20 mil segundas doses aplicadas no país, o Brasil não havia atingido nem 0,01% da população, ficando, portanto, fora do ranking mundial, que já conta com 42 países que ultrapassarm essa marca. Israel novamente liderando a disputa, com 22,2% de seu povo já tendo tomado duas doses.
Especialistas apontam que a pouca quantidade de doses disponíveis no país explica em parte a lentidão na vacinação.