Estudo que prevê fim da pandemia no Brasil em julho é verdadeiro
Mas os pesquisadores alertam que se trata de previsão, não de certeza
Está circulando pelo WhatsApp a informação de que estudo feito por universidade na Ásia prevê o fim da pandemia no Brasil no início de julho. O link que circula nas redes remete a uma matéria de autoria do colunista Diogo Schelp, do portal de notícias UOL.
A informação é verdadeira.
Conforme o colunista, o estudo foi desenvolvido pelo laboratório de inovação de dados da Universidade de Singapura: “A estimativa é feita com dados pregressos de pessoas suscetíveis a, infectadas por e recuperadas (removidas) de covid-19 — modelo conhecido na linguagem científica como SIR”.
A ressalva importante a fazer é que se trata apenas de uma estimativa, baseada em modelos estatísticos. Esses modelos traçam cenários de desenvolvimento da epidemia a partir de dados demográficos e da comparação com o desenvolvimento da doença em outros países. Não se trata, portanto, de uma certeza.
Conforme os pesquisadores, para que a previsão se concretize, é preciso levar em conta elementos como a adesão ao isolamento social e o perfil demográfico da população. São fatores que podem influenciar no prolongamento ou não da epidemia.
Os autores do estudo advertem na página em que os dados estão disponíveis: “Os modelos e dados são imprecisos diante da realidade complexa, heterogênea e em permanente evolução dos diferentes países”. E reafirmam que é preciso cautela: “O otimismo exagerado baseado em prazos certos é perigoso, pois pode afrouxar a disciplina e o controle, podendo causar a volta do vírus e da contaminação. Deve por isso ser evitado”.
O Brasil superou ontem a China, epicentro do início da covid-19, com um total de 5.017 óbitos e 71.886 casos confirmados, com taxa de letalidade em 7%, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A maioria dos especialistas afirmam que é cedo para relaxar as medidas de prevenção.