Golpes e fake news se alastram com a epidemia do coronavírus
Quem faz o alerta é Maria Inês Dolci, especialista em direito do consumidor
A pandemia do coronavírus deu início a uma onda de mensagens falsas com fins criminosos em todo o país. O alerta é feito pela advogada Maria Inês Dolci, ex-coordenadora da Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
Em recente artigo no jornal Folha de S.Paulo, ela lista alguns desses golpes que têm tomado as redes sociais: “reciclagem de golpes antigos, como o do motoboy (cujo nome ofende profissionais que se arriscam para nos entregar todo o tipo de produto); email marketing de vitaminas e suplementos para ‘reforçar a imunidade’; pessoas que tentam invadir prédios sob o disfarce de agentes que fazem exames da Covid-19”.
A advogada registra uma tentativa recente de que foi vítima: “Recebi, há alguns dias, ligação atribuída ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), para me oferecer cartão de crédito. Não era, obviamente, do INSS, e sim uma tentativa de negócio, na melhor das hipóteses”. Fica o alerta: é importante buscar fontes confiáveis para confirmar as informações e não permitir a entrada de estranhos sem identificação nas casas.
Exemplo de golpe recente para roubar os dados dos cidadãos foram as mensagens que circularam no WhatsApp sobre o auxílio emergencial, no início de abril. Ao clicar no link, o internauta era enviado para uma página falsa. Os golpistas usaram um visual muito semelhante ao do aplicativo do governo. A finalidade do golpe era usar os dados do cidadão para ter acesso a informações privadas e disseminar publicidade de empresas, conforme matéria do site InfoMoney.
Para se prevenir de golpes como esse, a dica é verificar o endereço da página que você recebeu: os sites do governo possuem a terminação .gov.br. Evitar fornecer dados pessoais e não repassar links sem verificar antes se a fonte é confiável são outras dicas valiosas, segundo os profissionais que trabalham com segurança digital.
O clima de isolamento e a mudança de rotina trazidos pela pandemia do coronavírus podem tornar mais difícil se proteger, segundo Dolci, pois as pessoas ficam mais tempo conectadas e misturam lazer, trabalho e troca de mensagens: “Além disso, ficamos mais carentes em um período em que uma doença ceifa as vidas de milhares de pessoas, e isso às vezes nos torna menos atentos às mensagens recebidas”.
A advogada alerta também para os questionários sobre o coronavírus: “Questionários sobre a doença são feitos pela Internet ou por telefone, mas não solicitam informações sigilosas, como dados bancários e financeiros dos cidadãos”.