Jornalista Helaine Martins morreu em decorrência da vacina AstraZeneca?
Não há nenhum documento que ateste o falecimento da jornalista em decorrência da vacina AstraZeneca
Relatos de pessoas que vieram a óbito após terem recebido a primeira dose da vacina AstraZeneca têm ganhado muita repercussão nas redes sociais, especialmente, na Europa, onde os órgãos sanitários notificaram que o aparecimento de coágulos, podem sim, ter alguma ligação com a vacina.
No Brasil, a morte da jornalista Helaine Martins, ativista antirracista, causou alvoroço por ter sido associada à vacina, e no entanto, não há dados que comprovem que a mesma tenha vindo a óbito devido ao imunizante. O assunto é um prato cheio para fabricação de notícias falsas e distorções dos fatos, visto que as instituições científicas ainda buscam estabelecer pontos de conexão entre os casos relatados e o imunizante da AstraZeneca.
Segundo reportagem da CNN: A EMA (Agência Europeia de Medicamentos) concluiu na quarta-feira que a vacina causou uma combinação incomum de coágulos sanguíneos em dezenas de pessoas com contagens baixas de plaquetas. O órgão de saúde europeu analisou 62 casos de trombose do seio venoso cerebral (CVST), que são coágulos nos seios da face que drenam o sangue do cérebro, e 24 casos de trombose da veia esplâncnica, ou coagulação no abdômen. Foram estudadas apenas pessoas que receberam a injeção em 22 de março. Desses casos escolhidos para estudo, 18 foram fatais em uma área onde cerca de 25 milhões de pessoas haviam recebido a vacina AstraZeneca naquele momento.
A EMA disse que esses eventos graves de coagulação sanguínea foram relatados a uma taxa de cerca de 1 em 100 mil. Sem dados de idade e sexo, não se sabe se o risco é maior ou menor para grupos específicos. A taxa geral também pode mudar para cima ou para baixo à medida que mais pessoas são vacinadas e mais dados aparecem.
Recentemente, o British Medical Journal (BMJ), publicou o maior estudo envolvendo os imunizantes até o momento. A pesquisa comparou os dados médicos de 29 milhões de pessoas que receberam a primeira dose das vacinas Pfizer-BioNtech ou Oxford-AstraZeneca entre dezembro de 2020 e abril de 2021 com as informações de quase dois milhões de pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus.
Em reportagem publicada pela Isto É, o estudo descobriu que, embora exista um “risco maior” de desenvolvê-las após a vacina, este é “muito menor que o associado à infecção por SARS-CoV-2” O risco de desenvolver uma trombose venosa é quase 200 vezes maior com a covid-19 (12.614 casos adicionais entre 10 milhões de pessoas) que com a AstraZeneca (66 casos adicionais).
Quanto à trombose arterial, não foi registrado um excesso de casos para nenhuma das duas vacinas, mas foram contabilizados 5.000 casos adicionais entre 10 milhões de pessoas infectadas com a covid-19. Portanto, os riscos são bem maiores para quem não adquirir a imunização