Jovens organizam festas para se infectar com o novo coronavírus nos EUA
A polícia e as autoridades ainda buscam entender o comportamento
Chegou à equipe do Nujoc Checagem pelas redes sociais a mensagem de que jovens americanos estariam promovendo festas para se contaminar com o novo coronavírus. A informação é verdadeira.
As festas foram descobertas pela polícia da cidade de Tuscaloosa, do estado do Alabama, no início do mês de julho. Segundo relatos de fontes internacionais, os jovens faziam uma vaquinha colocando dinheiro em um pote. O primeiro a se contaminar levaria o dinheiro arrecadado.
No Brasil, a notícia foi publicada nesse site aqui, que cita uma fonte dos Estados Unidos, a revista Time, e o jornal britânico Mirror.
Sonya McKinstry, vereadora da cidade de Tuscaloosa, espantada, disse à ABC News que as pessoas estavam sendo infectadas de propósito – e classificou as ações irresponsáveis: “Não faz sentido. Eles estão fazendo isso deliberadamente”, disse a vereadora.
Conforme a Time, o chefe dos Bombeiros da cidade, Randy Smith, disse que tinham ouvido rumores sobre as festas, mas que achavam se tratar de brincadeira. Após pesquisarem, descobriram que os boatos eram reais.
Alerta – A notícia de que os jovens estão se contaminando deliberadamente acendeu o alerta na comunidade americana, país com o maior número de infectados no mundo, quase 3 milhões, e com o maior número de mortes, acima de 130 mil.
No Brasil não há notícia de semelhante prática, mas existem muitas pessoas promovendo festas como se não existisse o risco do contágio, conforme tem sido noticiado pela mídia nacional. Isso por si só já representa um risco elevado, considerando os números crescentes da pandemia no país.
Aglomerações e festas clandestinas têm sido denunciadas desde o início da quarentena em boa parte do território nacional. Em algumas cidades, há multa para quem for flagrado nessas festas. O temor é de que a retomada gradual das atividades possa ser comprometida com uma segunda onda de contágio.
Comportamento de risco – O comportamento de risco das “festas do coronavírus” não é novo. Há relatos bem registrados de comportamento semelhante em relação ao HIV, o vírus causador da aids. A chamada “roleta russa” consiste na prática de promover encontros de cunho sexual sem preservativo onde se sabe que uma pessoa está infectada com o HIV, mas não se sabe quem é essa pessoa. Leia sobre um caso nessa matéria aqui.
Especula-se que a internalização do preconceito em relação aos homossexuais masculinos e a excitação diante do risco possa explicar o comportamento, no caso dos praticantes da roleta russa. Mais sobre o assunto você pode conferir nesse artigo.
Os médicos alertam contra o alto risco de semelhantes práticas. Tanto a aids como a Covid-19, causada pelo novo coronavírus, ainda não têm cura e ambas podem levar à morte se não forem devidamente tratadas.