Não existe tratamento precoce contra covid-19
Em uma publicação feita na sua página do Instagram, o usuário Netinho Brasileiro, que se auto descreve “ativista político, conservador, bolsonarista, robô com CPF” republicou um twittwer de Alan Lopes (PSD-RJ), onde afirma que as mortes no Brasil é responsabilidade de quem teria proibido de ser executado um tratamento precoce na população do país.
O tratamento precoce passou a ser defendido pelo presidente Bolsonaro (sem partido) em meio a pandemia, com isso ganhou força entre os meios direitistas e alguns médicos, mesmo sem nenhuma comprovação científica passaram a recomendar alguns medicamentos, no chamado “kit covid” para um tratamento sem eficácia comprovada, gerando até mesmo a automedicação da população, que trás diversos riscos para a saúde.
Médicos do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e do Hospital da Universidade de Campinas (Unicamp) concluíram que o uso indiscriminado do medicamento Ivermectina levou pacientes a desenvolverem graves lesões no fígado, podendo ser necessário um transplante.
A médica oncologista Nise Yamaguchi afirmou à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado que há uma “demonização do tratamento precoce” no país e que a tentativa de “destruí-lo” é muito “séria e grave”.
“O tratamento precoce tem salvado vidas no Brasil. Devemos nos levantar veementemente para defender a nossa honra”, disse. Ela entregou cerca de 100 documentos à comissão em que diz haver comprovação da efetividade do tratamento com medicamentos como a hidroxicloroquina.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) publicou uma matéria explicando que o “kit covid” não tem eficácia comprovada e é desencorajada para utilização contra covid-19, “A Ivermectina, que é um dos medicamentos que fazem parte do kit distribuído por algumas prefeituras e redes de saúde, além de ser defendido por membros do governo federal como tratamento precoce da covid-19. O medicamento antiparasitário tem ação contra vários parasitas como a lombriga e o piolho, mas não tem eficácia contra a covid comprovada por estudos mais rigorosos e publicados em revistas científicas de impacto. O seu uso para esse fim é desencorajado por entidades médicas e farmacêuticas, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela própria fabricante do medicamento.”
Um estudo publicado na Revista da Associação Médica Americana (JAMA), comprovou a ineficácia do medicamento na sua utilização de forma precoce contra covid-19. Um dos medicamentos utilizado no “kit covid”, a hidroxicloroquina que também não teve eficácia comprovada contra a covid-19 ou em utilização precoce.
A Associação Médica Brasileira (AMB) disponibilizou um boletim condenando a utilização dessas medicações para qualquer tipo de tratamento contra o novo coronavírus “reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da COVID-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”
A quantidade elevada de mortes no Brasil tem vários culpados, a irresponsabilidade do governo federal, governos estaduais e municipais diante a população, a falta de verba direcionada à saúde, a falta de políticas públicas para os mais necessitados diante uma pandemia mundial que requer isolamento social e claro, o péssimo desempenho e total desinteresse do governo federal na compra de vacinas contra a covid-19.
O Nujoc checagem já verificou outras informações sobre tratamento precoce, para mais informações, clique aqui.