O novo coronavírus infecta bactérias?
Segundo a OMS todas as hipóteses continuam em aberto.
A descoberta do novo coronavírus ainda suscita uma grande quantidade de dúvidas a respeito de suas origens, de como se multiplica e consegue replicar seu material genético no organismo humano. Cientistas ainda buscam respostas concretas a respeito da origem do Sars-Cov-2 e de como ele afeta o ser humano.
Em uma notícia que circula pelas redes sociais, uma pesquisa feita pelo italiano Carlo Brogna afirma que o novo coronavírus também é um bacteriófago, e que portanto ele também é capaz de injetar seu material genético em bactérias e assim consegue se replicar. A notícia foi veiculada em alguns sites, mas até agora, nada comprova que o vírus Sars-Cov-2, de fato ,seja um bacteriófago.
A Revista Galileu, recentemente publicou uma matéria no qual relata sobre uma empreitada em que diversos cientistas do mundo foram enviados à China para descobrir as origens do vírus e tentar identificar sua fonte zoonótica, ou seja de qual animal se originou o vírus.
“Uma das principais teorias até agora é que o Sars-CoV-2 teria sido transmitido por morcegos ou pangolins, já que esses animais podem carregar coronavírus semelhantes ao causador da Covid-19. Contudo, nenhum dos vírus identificados até agora nessas espécies é suficientemente similar ao microrganismo que já matou quase 3 milhões de pessoas no planeta”.
Em comunicado oficial a respeito das pesquisas realizadas na China pela equipe de cientistas que iniciou em 2020, a Organização Mundial Da Saúde comunicou que as respostas ainda continuam em aberto e que serão necessárias mais pesquisas para que estas dúvidas sejam respondidas.
No que diz respeito à OMS, todas as hipóteses permanecem em aberto. Este relatório é um começo muito importante, mas não é o fim. Ainda não encontramos a origem do vírus e devemos continuar a seguir a ciência e não deixar pedra sobre pedra como fazemos.Encontrar a origem de um vírus leva tempo e devemos nos empenhar para encontrar a fonte, e assim tomar medidas coletivas para reduzir o risco de isso acontecer novamente. Nenhuma viagem de pesquisa pode fornecer todas as respostas. ”
Além do mais, a Agência Brasil e a Fundação Oswaldo Cruz, informaram que pesquisadores da Fiocruz e instituições parceiras detectaram novas variações genéticas em amostras do SARS-CoV-2 coletadas no Brasil. Segundo a Fiocruz, foram encontrados, em 11 sequenciamentos genéticos, alterações importantes na proteína spike (S), que é um dos principais alvos dos anticorpos produzidos pelo corpo humano para combater o vírus.
Porém nada associa o vírus e suas variações à bactérias e nem que ele seja capaz de se replicar por meio das mesmas. O que se sabe até agora, de acordo com o Ministério da Saúde é que os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos. Raramente, os coronavírus que infectam animais podem infectar pessoas, como exemplo do MERS-CoV e SARS-CoV. Recentemente, em dezembro de 2019, houve a transmissão de um novo coronavírus (SARS-CoV-2), o qual foi identificado em Wuhan na China e causou a COVID-19, sendo em seguida disseminada e transmitida pessoa a pessoa. Ataca principalmente o sistema respiratório e causa infecções semelhantes à uma gripe.
Fora essas atualizações, a ciência já descartou e desmentiu notícias que afirmavam que autoridades italianas haviam descoberto que a Covid-19 é causada por bactérias. Essa matéria pode ser conferida aqui.