OMS é contra passaporte da vacina? Entenda
Uma página no Instagram intitulada @verum_vitae_ fez uma postagem recentemente afirmando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) é contra a ideia do passaporte da vacina contra a covid-19, que consiste em exigir comprovante de vacinação para que as pessoas possam acessar locais como bares, restaurantes, casas de shows e fazer viagens internacionais.
De fato, o último posicionamento da OMS foi contrário ao passaporte sanitário, contudo, o entendimento do órgão teve como base questões econômicas e sociais.
Para a OMS, por conta da desigualdade, em muitos países o acesso ao imunizante ainda é baixo, por isso, a exigência da comprovação de vacinação seria excludente para com as pessoas que vivem em tais países, foi o que disse no dia 15 de março deste ano o diretor de Emergências da OMS, Michael Ryan, segundo a BBC.
“Temos que ser excepcionalmente cuidadosos, porque agora estamos lidando com uma situação de iniquidade tremenda no mundo, em que a probabilidade de você receber uma vacina tem muito a ver com o país onde vive, a riqueza, a influência que você ou seu governo têm em mercados globais”, declarou o representante da OMS.
Já no dia 17 de maio, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva afirmou que o mundo vive um “apartheid de vacinas”, de acordo com reportagem publicada pelo G1.
“Acho que irei um passo adiante e direi que não apenas o mundo está sob o risco de um apartheid de vacinas, o mundo já está em um apartheid de vacinas. Como vocês sabem os países de alta renda respondem por 15% da população mundial, mas têm 45% das vacinas, e os de rendas média e baixa somam quase metade da população mas recebem apenas 17% das vacinas mundiais, então a lacuna é realmente enorme”, avaliou Tedros Adhanom.
Diante disso, podemos concluir que o posicionamento da OMS não tem a ver com a eficácia das vacinas, e sim com a desigualdade social responsável pelo atraso na vacinação em muitos países.
*O material aqui verificado pelo Nujoc Checagem foi encaminhado à nossa equipe por meio do aplicativo Eu Fiscalizo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que está disponível para Android e IOS.