Pacientes curados da Covid-19 podem apresentar efeitos colaterais mesmo depois de curados?
Os estudos preliminares realizados pela Agência de Prevenção e Controle de Doenças da Coreia indicam que sim, porém, estudos mais amplos precisam ser realizados para comprovar esta hipótese.
Tem sido um desafio para a ciência conhecer os efeitos da Covid-19 no organismo humano. Os sintomas são bastante variados e apesar de parecer com um resfriado, pode ter variações de pessoa para pessoa, dependendo da gravidade que as infecções tomam. Tosse e febre, além de perda do olfato e paladar, são sintomas bastante comuns entre os pacientes acometidos pelo novo coronavírus.
Apesar da taxa de recuperação da Covid-19 ser bastante alta, um novo estudo preliminar, realizado pela Agência de Prevenção e Controle de Doenças da Coreia (KDCA), liderado pelo pesquisador sul-coreano Kwon Jun-wook, sugere que mesmo após recuperação da doença, mais de 90% dos convalescentes da Covid-19 apresentam efeitos colaterais pós infecção. Os resultados do estudo preliminar, realizado de forma online, indicam que de 965 pacientes que já haviam se recuperado, 879 pessoas, alegaram estar sofrendo alguma sequela mesmo depois de curados, o que representa um percentual de 91,1% dos entrevistados.
Dentre os sintomas, a fadiga apresenta maior frequência entre as pessoas, com 26,2%, seguido de falta de concentração com percentual de 24,6%. O professor de medicina interna da Escola de Medicina da Universidade Nacional de Kyugpook, em Daegu. Kim Shin-woo, afirma que, por meio de uma pesquisa de 5.762 pacientes recuperados na Coreia do Sul, 16,7% participaram da pesquisa, e que apesar de ter sido realizada de maneira remota, em breve os resultados com análises mais detalhadas serão publicados, segundo artigo da agência Reuters, publicado nesta terça-feira,29 de setembro.
Além desse quadro de efeitos colaterais em pacientes que se recuperaram da Covid-19, há uma nova doença que ataca crianças e que está associada à infecção pelo novo coronavírus. É a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica – Sim-P, uma ocorrência relativamente rara, mas grave. Os sintomas principais são: febre acima de 38° por mais de três dias, erupções cutâneas, inchaço nas mãos e pés, conjuntivite, dor abdominal, diarreia e vômito. O NUJOC CHECAGEM produziu uma matéria a respeito a respeito dessa nova condição que tem acometido, principalmente, crianças. A Organização Pan-Americana de Saúde, inclusive, emitiu um parecer científico sobre a síndrome. Clique aqui para ter acesso ao documento.
Nesta quarta-feira, dia 30 de setembro, estudos realizados pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) comprovaram que a covid-19 não é somente uma doença pulmonar, mas se trata também de uma doença vascular e que o uso de anticoagulantes pode auxiliar no tratamento e evitar outras complicações, como trombose. Os resultados das primeiras análises foram publicados na revista médica internacional Arteriosclerose, trombose e biologia vascular (ATVB, do nome em inglês), da Associação Americana do Coração. Confira a reportagem aqui.
Diante de todas as incertezas que a Covid-19 tem lançado para a ciência, uma coisa é certa, a prevenção e o distanciamento social continuam sendo as melhores alternativas para evitar complicações com o novo coronavírus. O número de casos voltou a subir em algumas capitais brasileiras devido a retomada de atividades econômicas. A higiene das mãos e o uso de máscaras, por enquanto, mostram-se as melhores medidas para evitar uma infecção. Recentemente, o governador de São Paulo, João Dória, informou que aplicação da vacina contra a covid-19 no estado de São Paulo está prevista para começar no dia 15 de dezembro pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A data foi informada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), nesta quarta-feira, 30. Os primeiros imunizados serão profissionais de saúde. O governador ressaltou que, para cumprir o cronograma, ainda é necessário finalizar a fase de testes — o que deve ocorrer em até 30 dias — e obter a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), informa a reportagem no portal Exame.