Pesquisa revela que depressão entre crianças e adolescentes aumentou em decorrência da pandemia
Desde que o novo coronavírus chegou, muitas dúvidas, incertezas e diversos problemas ocasionados pela doença e seus efeitos acabaram surgindo, fazendo com que hábitos e rotinas mudassem, pessoas adotassem outros estilos de vida e um assunto importante virasse pauta preocupante nesse momento difícil: a depressão.
A doença considerada o “mal do século” ainda é um desafio para médicos, pesquisadores e pacientes, e nesse período de isolamento, perdas, incertezas e dificuldades que muitos passaram e ainda estão passando, a depressão tem-se feito presente em muitos lares não apenas no Brasil, como no mundo.
O deputado federal pelo PSC do Paraná, Paulo Martins, publicou em seu perfil no Instagram, uma notícia do site poder360.com.br, destacando que 1 em cada 4 jovens mo mundo tem sintomas de depressão decorrentes da Covid-19. A publicação ainda destaca que o trabalho trata-se de uma metanálise de 29 estudos em que participaram 80.879 jovens de várias regiões do mundo e que o mesmo foi publicado na revista científica JAMA Pediatrics.
O Nujoc Checagem, em parceria com o aplicativo EuFiscalizo – da Fiocruz (disponível para Android e iOS) recebeu a publicação para análise e constatou, com base em pesquisas realizadas em outros sites que trabalham com o jornalismo sério, ético e verdadeiro, que trata-se de uma informação verdadeira. De fato, durante a pandemia, a depressão e a ansiedade na juventude dobraram em comparação aos níveis pré-pandêmicos.
O trabalho, liderado por cientistas do Canadá, constata que uma em cada quatro crianças e adolescentes do mundo possui sintomas clínicos de depressão, e uma em cada cinco apresenta sinais de ansiedade, segundo a pesquisa que agregou 29 estudos. Segundo a pesquisa, a prevalência de problemas mentais dobrou nesse grupo de jovens em relação ao período anterior da pandemia da Covid-19.
“Os resultados desta análise sugerem que a pandemia provavelmente instigou uma crise global de saúde mental na juventude. E com o passar dos meses, esses impactos negativos sobre os jovens só pioraram, surpreendendo a todos nós que pensávamos que eles seriam mais resistentes e maleáveis aos desafios da pandemia”, disse a autora do estudo Sheri Madigan, professora associada de psicologia clínica e cadeira de pesquisa canadense em determinantes do desenvolvimento infantil na Universidade de Calgary.
O resultado foi publicado na revista JAMA Pediatrics, da Associação Médica Americana. Liderados por Sheri, os autores do artigo afirmam que os serviços de atendimento à saúde mental infanto-juvenil precisam ser ampliados para lidar com o problema, mesmo em países ricos. “Muitas pessoas no mundo, em todas as faixas etárias, estão enfrentando problemas de saúde mental, mas os estudos que olharam para esses grupos separadamente mostram que o problema tende a ser maior em três grupos: mães e pais; estudantes universitários; e crianças e adolescentes, que foi o recorte que estudamos”, falou a psicóloga Sheri Madigan ao jornal O Globo.
Os impactos na saúde mental podem ser devido a várias coisas, dentre elas: devido ao isolamento social persistente, marcos perdidos, problemas financeiros e familiares, além de interrupções escolares prolongadas, de acordo com a análise, ou seja, devido ao isolamento muitas crianças e adolescentes tiveram que ficar em casa, privadas de interação social, de atividade física, entre outros fatores importantes para o desenvolvimento. Em casos mais problemáticos, alguns ficaram até sem acesso ao ensino por não possuírem internet para acompanhar as aulas online.
“Cerca de 80% do atendimento de saúde mental para crianças e adolescentes no mundo é oferecido no ambiente escolar e, como muitas escolas fecharam durante a pandemia, muitos jovens ficaram sem acesso a esses serviços por muito tempo”, falou a psicóloga Madigan. A pesquisadora destacou ainda que os números de alta prevalência em sintomas que apontam para transtornos mentais nos menores de idade devem servir de alerta para que governos e instituições deem mais atenção a questão.
Sheri afirmou também que há coisas que as famílias podem fazer para minimizar o impacto sobre crianças e jovens, como reduzir o tempo em que os menores de idade ficam à frente de telefones celulares, TVs e computadores. “O que os pais podem fazer, na medida do possível, é tentar reestabelecer um pouco da rotina e criar um ambiente com mais previsibilidade para as crianças, com sono e alimentação regulados e tempo de tela controlado”, explicou ela.
O estudo publicado na revista JAMA Pediatrics revisou 29 estudos com um total de mais de 80.000 participantes em todo o mundo, com idades entre 4 e 17 anos, e idade média de 13 anos. Dentre os lugares onde o estudo foi realizado, 16 foram conduzidos na Ásia, quatro na Europa, seis na América do Norte, dois na América Latina e um no Oriente Médio.