Técnico de enfermagem morre de Covid-19 mesmo após ter sido vacinado
A assessoria de comunicação do Hospital Universitário da UFMA desmentiu esta informação
Recentemente, uma notícia divulgada nas redes sociais informando a respeito do falecimento do técnico de enfermagem José Carlos Cantanhede Cunha Filho na cidade São Luís –MA , mesmo após ter sido vacinado tem gerado polêmica e discussão.
Com a chegadas das vacinas e a distribuição dos imunizantes, os olhares agora passaram a recair sobre as pessoas vacinadas e seus respectivos estados de saúde após receberem as primeiras doses. As aprovações e regulamentações das vacinas em tempo recorde no mundo todo, algumas até em caráter emergencial, tem causado dúvidas a respeito da eficácia e sobretudo da segurança dos imunizantes.
Atualmente, de todas as vacinas testadas e aplicadas na população global, a Pfizer produzida pela farmacêutica BioNTech, em uma parceria entre a Alemanha e os Estados Unidos possui 95% de eficácia conforme apontam os últimos levantamentos sobre a aplicação do imunizante, no qual foi testado em 43.661 voluntários entre Estados Unidos, Brasil, Argentina, Alemanha, Turquia e África do Sul.
Por se tratar de uma situação recente e que ainda está sob observação da ciência, uma das dúvidas mais frequentes sobre a imunização contra a covid-19 é: mesmo depois de vacinado uma pessoa pode ir à óbito pela Covid-19?
Em reportagem publicada pelo portal da Época, os cientistas do Instituto PEI responsável pela produção da vacina alemã, informaram que os casos investigados de morte após a vacinação estão ligado a doenças anteriores e não necessariamente a covid-19 ou as vacinas aplicadas.
“O Instituto Paul Ehrlich (PEI, do nome em alemão), responsável pelo lançamento de vacinas na Alemanha, investigou dez mortes no país entre várias horas a quatro dias após as vacinações. Em todos os casos, os mortos tinham entre 79 e 93 anos e sofriam de doenças pré-existentes, segundo Brigitte Keller-Stanislawski, chefe do departamento de segurança de produtos médicos do PEI. Com base nos dados que temos, acreditamos que os pacientes tenham morrido de sua doença anterior, e num momento coincidente com a vacinação”, disse ela à emissora alemã n-tv. Embora sem comentar casos individuais, ela disse se tratar de “pacientes muito seriamente doentes, com muitas outras doenças anteriores. Se os idosos ou pessoas com doenças pré-existentes graves forem vacinados, haverá um certo número de mortes acidentais que ocorrerão logo após a vacinação, o que não pode ser associado causalmente com a vacinação. Em seu último relatório de segurança, o Instituto Paul Ehrlich destaca os casos de 20 indivíduos vacinados que morreram em decorrência da covid-19”.
No caso do técnico em enfermagem José Carlos, o próprio HU da UFMA, hospital no qual o mesmo trabalhava, informou ao portal de notícias em que foi veiculado a reportagem que esta informação não procedia e que o mesmo não havia morrido de covid-19.
Em retratação, o portal de notícias informou que esta informação foi publicada pelo próprio HU em suas redes sócias, e que após procurados pela assessoria de comunicação do hospital, foi esclarecido que o técnico em enfermagem morreu em decorrência de outras complicações. Em nota, o portal afirma que:
De acordo com assessoria, familiares José Carlos afirmam que ele teria feito o teste PCR, no qual teria dado negativo para Covid-19, além do seu atestado de óbito não apresentar a presença do vírus. Os familiares afirmam que o técnico de enfermagem teria morrido de pneumonia, assim como consta no atestado. Porém, até o fechamento desta matéria, não foi encaminhado o documento que comprovaria a informação.
No site institucional do Hospital Universitário da UFMA, foi publicada uma nota de pesar lamentando o falecimento do profissional da saúde, mas em nenhuma parte do texto é dito que o mesmo foi à óbito vítima da Covid-19 mesmo após ter sido vacinado.