Tratamento precoce é a melhor forma de reverter o quadro pandêmico?
Recebemos, por meio do aplicativo Eu Fiscalizo da Fiocruz (disponível para Android e IOS) um vídeo que está circulando no WhatsApp, no qual o médico Davi Rodrigues defende o tratamento precoce contra a COVID-19 e dá dicas de como fazer isso, através do uso de ivermectina, nebulização com bicarbonato de sódio e prata coloidal. Apesar do médico do vídeo possuir um canal no youtube com mais de 40 mil inscritos, o vídeo é encontrado no canal “Tratamento preventivo”, a mídia possui mais de 10 mil visualizações.
No vídeo, o profissional de saúde traz algumas informações como a indisponibilidade dos leitos de UTI, por conta da lotação dos hospitais e a falta de equipamentos para tratar as pessoas que já estão intubadas, como exemplo dos respiradores. No entanto, o médico defende o uso de tratamento precoce, já que para ele é importante que a pessoa não chegue a tornar-se um paciente grave que precise de um hospital. Davi Rodrigues aponta como solução o uso do medicamento ivermectina, disponível nas farmácias, uma vez que a vacina contra a COVID-19 irá tardar para a população brasileira.
Ao recomendar a ivermectina no tratamento precoce ele orienta que seja tomada uma dosagem do remédio após o início dos sintomas e que outra dosagem só seja repetida de sete a 10 dias. Contudo, há meses é difundindo informações que este remédio não possui nenhuma comprovação científica. Recentemente, o Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19, organizado pela Associação Médica Brasileira (AMB) publicou um boletim, no qual afirma mais uma vez que medicações como ivermectina, hidroxicloroquina e outras “não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”.
A respeito da nebulização de soro com bicarbonato de sódio a matéria do G1-AC, mostra que existe uma pesquisa que está investigando a eficácia desse método para tratar sintomas leves da doença. O tratamento é experimental e está na sua fase inicial e, portanto, requer mais dados para a coleta. A médica da reportagem destaca que esse procedimento só deve ser feito por profissionais de saúde em hospitais e não em casa.
Outra suposta solução que o médico oferece em seu vídeo é o uso da prata coloidal 5 ou 10 Ppm. Ele sugere que seja feito gargarejo, além disso propõe colocar umas gotinhas da substância no nariz antes de sair e depois de voltar para casa, porque isso diminuiria a proliferação do vírus. Uma postagem do site do UOL sobre este tema informa que dentro do corpo o vírus é combatido de forma diferente e que a ingestão deste fármaco não vai destruir o vírus como também pode envenenar, já que a prata é um metal que pode ser acumulado no organismo da pessoa, e além de provocar dores abdominais, vômito e diarreia, pode alterar também a tonalidade da pele permanentemente.