Vacinas de RNA mensageiro representam perigo de inflamação cardíaca?
O Nujoc recebeu para checagem uma publicação da página no instagram @aliadosbrasiloficial com o alerta “Perigo! O CDC encontra mais casos do que o esperado de inflamação cardíaca em jovens vacinados do sexo masculino”. Ao mencionar a sigla CDC, a postagem faz referência ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças é uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. A partir disso, o post relata que houve mais de 1000 casos de inflamação cardíaca relacionados a vacinas que utilizam a tecnologia de RNA mensageiro, ou seja, os imunizantes da Pfizer e Moderna nos Estados Unidos. Vale frisar que o material em verificação foi encaminhado para a nossa equipe por meio do aplicativo Eu Fiscalizo da Fiocruz (Disponível para Android e IOS).
Os casos reportados de inflamação cardíaca são verdadeiros, contudo é notória a intenção de alarmar e causar insegurança quanto ao uso das vacinas contra a COVID-19. Segundo informações do próprio Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC dos EUA, mais de 177 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina no país. Desde abril de 2021, houve mais de mil notificações para o Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas (VAERS) de casos de inflamação do coração – chamada miocardite e pericardite – ocorrendo após a vacinação com mRNA COVID-19 (ou seja, Pfizer-BioNTech, Moderna) nos Estados Unidos. Esses relatos são raros, dadas as centenas de milhões de doses de vacina administradas, e foram relatados após a vacinação com mRNA COVID-19, particularmente em adolescentes e adultos jovens.
O CDC ressalta que a maioria dos pacientes que receberam atendimento respondeu bem ao tratamento com repouso e, rapidamente, aconteceu a recuperação. Os pacientes geralmente podem retornar às suas atividades diárias normais após a melhora dos sintomas. É orientado conversar com o médico sobre o retorno aos exercícios ou esportes. O órgão continua a recomendar a vacinação com COVID-19 para todas as pessoas com 12 anos de idade ou mais, devido ao risco de doença com COVID-19 e complicações relacionadas, possivelmente graves.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA emitiu um comunicado alegando que até o momento não há relato de casos de inflamação cardíaca pós-vacinação no Brasil. Para o órgão, a situação indica necessidade de uma maior sensibilização por parte dos serviços e profissionais de saúde para o adequado diagnóstico, tratamento e notificação de casos. A identificação precoce de sintomas e a adoção de tratamento oportuno são aspectos fundamentais para uma melhor evolução clínica de pacientes com quadro de miocardite e pericardite.
A Agência esclarece que o risco de ocorrência desses eventos adversos é baixo, mas recomenda aos profissionais de saúde que fiquem atentos e perguntem às pessoas que apresentarem sintomas se elas foram vacinadas, especialmente com a vacina da Pfizer.
Após receber relatos de casos de inflamação cardíaca devido a miocardite e pericardite após a vacinação com injeções contra COVID-19 da Pfizer e da Moderna, especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram em 09 de julho que os benefícios das vacinas ainda superam os riscos na redução de hospitalizações e mortes devido à infecção.